sábado, 5 de outubro de 2024

Captain Easy. A mão do destino

A palavra de José de Matos-Cruz:

CAPTAIN Easy surge na banda desenhada duma forma insólita — em 1928 ao lado de Wash Tubbs, personagem humorística lançada por Roy Crane em 1924. É tal o sucesso que, em 1932, este antigo gun-man e agente especial da U. S. Air Force se converte em titular da série.

Crane acentua-lhe a feição aventurosa e, de futuro, Easy ascende a braço direito dum influente industrial, sobressaindo finalmente a sua vocação detectivesca. Crane abandona-o em 1943 (para criar Buzz Sawyer), continuando a saga Leslie Turner e, mais tarde, a dupla Croock & Lawrance.

Ao longo dos anos, Captain Easy tem sofrido múltiplas variações, para além do nível biográfico e heroico, quer no tocante aos intervenientes, quer mesmo no que concerne ao universo ritual onde decorre a aventura —um pouco por todo o mundo em crise.

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O episódio que hoje se publica, de 1971, salienta-se desde logo pela história bem urdida, interessante nas suas implicações socio criminais: é, desde logo, para vingar um ladrão profissional, aparentemente desaparecido, que se entende fazer justiça...

Para além desta intimidade entre a delinquência e os paladinos, é pela denúncia exemplar dum milionário e seus caprichos de colecionador, que se estabelecem as ligações entre a alta finança e a corrupção instituída, de que a Mafia é a expressão mais organizada.

De sublinhar a fidelidade ao estilo gráfico original: um traço algo tosco e caricatural, mas resultando a ilustração agradável e com subtil requinte, graças à reticula seja, pela utilização da cartolina crafting de que, consabidamente, Crane foi um pioneiro e Turner, com ele, um mestre.

Embora dando título à série, Captain Easy vê-se — agora — surgir como figura subsidiária, privilegiando-se a companheira Ducey Wilde, devido às características do enredo...

Easy irrompe, todavia, num momento culminante, após a alteração desconcertante dos pressupostos dramáticos. 


 

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